Cultura do Palácio

                                          Maquiavel

Nicolau Maquiavel
Niccolò di Bernardo dei Machiav
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Nicolau Maquiavel foi um historiador, poeta, diplomata e músico durante a altura do Renascimento. É reconhecido como fundador do pensamento e da Ciência Política moderna, pelo fato de ter escrito sobre o Estado e o Governo como realmente são e não como deveriam ser. Os recentes estudos do autor e da sua obra admitem que seu pensamento foi mal interpretado historicamente.

Desde as primeiras críticas, feitas postumamente pelo cardeal inglês Reginald Pole, as opiniões, muitas vezes contraditórias, acumularam-se, de forma que o adjetivo maquiavélico, criado a partir do seu nome, significa esperteza, astúcia, aleivosia, maldade.

Maquiavel viveu a juventude sob o esplendor político da Républica Florentina durante o governo de Lourenço Medici e entrou para a política aos 29 anos de idade no cargo de Secretário da Segunda Chancelaria. Nesse cargo, Maquiavel observou o comportamento de grandes nomes da época e a partir dessa experiência retirou algumas ideias a para sua obra. Depois de servir em Florença durante catorze anos foi afastado e escreveu suas principais obras. Conseguiu também algumas missões de pequena importância, mas jamais voltou ao seu antigo posto como desejava.

 

MICHAELANGELO

Michaelangelo
Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni

Michelangelo (1475-1564) foi um pintor, escultor e arquiteto italiano. É considerado um dos maiores representantes do Renascimento Italiano. "Pietá", "O Juízo Final", "Moisés", "A Criação de Adão", O "Teto da Capela Sistina" são algumas das obras que eternizaram o artista. É considerado, juntamente com Leonardo da Vinci, um dos artistas mais geniais da história do ocidente.
 
Michelangelo nasceu em Caprese, nas vizinhanças de Florença em Itália no dia 6 de março de 1475. Na escola interessava-se apenas em desenhar. Aos 13 anos torna-se aprendiz no estúdio de Domenico Ghirlandaio, em Florença. Em 1489 ingressa na escola de escultura de Lourenço de Medici, que o hospeda em seu palácio. Convive com a elite nobre e intelectual e empolga-se pelas ideias do Renascimento italiano.
 
Em 1505, foi para Roma, chamado pelo Papa Júlio II, para reconstruir a Catedral de São Pedro e a edificação de seu mausoléu. Começou logo a obra, desentendeu-se com o papa e fugiu para Florença. Feita a reconciliação, voltou a trabalhar no sepulcro de Júlio II e realizou uma das suas maiores obras: "Moisés", em cujos traços eram procurou expressar a fisionomia do papa. Para o mesmo mausoléu esculpiu os "Escravos". A obra ficou inacabada e sobre ela o escultor disse aos 67 anos: "Acho que perdi toda a minha juventude ligado a ela".
 
Michelangelo mostrava paixão pela grandiosidade, principalmente na arquitetura. Em 1520 planejou o edifício e o interior da "Capela de São Lourenço". Em 1535, no pontificado de Paulo III, foi arquiteto, pintor e escultor do "Palácio Apostólico" e replanejou a "Colina do Capitólio em Roma", obra que não foi terminada. Em 1552 iniciou a reconstrução da "Catedral de São Pedro", mas só completou sua enorme cúpula. O artista também dedicava-se à poesia, escreveu o livro "Rimas". Próximo da sua morte desabafou em um poema "Na verdade, nunca houve um só dia que tenha sido totalmente meu".
Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni, morreu em Roma, no dia 18 de fevereiro de 1564. Seu corpo foi enterrado na Basílica de Santa Cruz, em Florença.
 
 
 

A ULTIMA CEIA

 Leonardo da Vinci começou a trabalhar a pintura “A ULTIMA CEIA” no ano de 1495. Esta obra é considerada a sua pintura mais ambiciosa e é tão famosa quanto o retrato da Mona Lisa, a mais notável e conhecida obra de Da Vinci. O trabalho pode ser visitado no Convento Santa Maria Delle Grazie em Milão.

Da Vinci, que passou mais de dois anos a trabalhar na “Última Ceia”, decidiu aplicar a técnica da têmpera, que consistia em misturar pigmentos coloridos com gema de ovo. A pintura foi feita em gesso seco e, para a infelicidade dos apreciadores da obra do artista, entrou em estado de deterioração. No ano de 1560 já estava arruinada.

A história em que a obra se baseia é encontrada no Novo Testamento. “A Última Ceia” ocorreu quando Cristo revelou, em a meio de uma refeição, que um dos apóstolos ali presentes iria traí-lo. Na história bíblica, foi Judas Iscariotes o apóstolo a trair Jesus Cristo. Leonardo da Vinci retratou o perfil de Judas inclinado para trás, com o rosto numa sombra

Na obra, o olho direito de Jesus é o ponto de fuga para a perspetiva, tendo a sua cabeça emoldurada pela janela ao fundo, que apresenta uma paisagem. Afastado de ambos os grupos, é o único que tem um semblante sereno, ao contrário dos 12 apóstolos que o ladeiam.

Uma curiosidade sobre “A Última Ceia” é que o mosteiro no qual se localiza passou por um bombardeiro durante a Segunda Guerra Mundial. A obra, mesmo deteriorada, manteve-se firme após este bombardeio e ainda pode ser apreciada pelos amantes da arte.

 

Nascimento de Vénus

 
 

O Nascimento de Vênus é uma pintura de Sandro Botticelli. A obra está exposta na Galleria degli Uffizi, em Florença, na Itália. Consiste de têmpera sobre tela e mede 172,5 cm de altura por 278,5 cm de largura. A pintura representa a deusa Vênus emergindo do mar.

É provável que a obra tenha sido feita em 1485, sob encomenda para Lorenzo di Pierfrancesco de Médici, que a teria pedido para enfeitar sua residência. Alguns estudiosos sugerem que a Vênus pintada para Pierfrancesco, e mencionada por Giorgio Vasari, teria sido outra que não a obra exposta em Florença e estaria perdida até o momento.

No quadro, a deusa clássica Vênus emerge das águas numa concha, sendo empurrada para a margem por Zéfiro, o Vento Oeste, símbolos das paixões espirituais, e recebendo, de uma Hora  (as Horas eram as deusas das estações), um manto bordado de flores. Alguns especialistas argumentam que a deusa nua não representaria a paixão terrena, carnal, e sim a paixão espiritual.

A anatomia da Vênus, assim como vários outros detalhes menores, não revela o estrito realismo clássico de Leonardo da Vinci ou Rafael. O pescoço é irrealisticamente longo e o ombro esquerdo posiciona-se num ângulo anatomicamente improvável. Não se sabe se tais detalhes constituíram erros artísticos ou licença artística, mas não chegam a atrapalhar a beleza da obra, e alguns chegam a sugerir que seriam presságios do vindouro Maneirismo.

 

Guerra dos 100 anos

Em meados do século XIV (mais especificamente, no ano de 1337), durante a Idade Média e a crise em que o feudalismo se encontrava, a França e a Inglaterra iniciaram uma série de conflitos armados, que posteriormente ficaram conhecidos como “A Guerra dos Cem Anos”. O trono Francês, carente de um herdeiro direto, desencadeou isso tudo. O rei britânico Eduardo III queria unificar as coroas inglesa e francesa, alegando seu parentesco (era neto, pois a rainha Isabel era sua mãe) com o monarca francês Felipe, O Belo (1285 – 1314). A resposta francesa foi de que a coroa não poderia ser herdada pela linhagem feminina. Algumas questões territoriais também influenciaram o começo desses conflitos: ambos queriam Flandres, uma região economicamente importante que possuía uma aliança comercial com a Inglaterra, o que incomodava os franceses, pois aquele território pertencia à França.

Os conflitos da Guerra dos Cem Anos

O Primeiro Período (1337 – 1364): 

Nesse primeiro período, a Inglaterra contava com o apoio dos comerciantes de Flandres, por terem laços comerciais fortes. Com esse apoio, os ingleses venceram as primeiras batalhas e até conseguiram de alguns territórios no Norte da França, mantendo o Canal da Mancha sob seu controle. Até aí, poderia ser apostada uma vitória inglesa, contudo, a Peste Negra – que dizimou cerca de 1/3 da população europeia – pausou os conflitos, que só vieram a ser retomados no ano 1356, quando a Inglaterra conquistou mais regiões e o apoio de alguns nobres franceses. Em 1360, a França se viu obrigada a assinar o tratado de Brétigny, que oficializava o domínio dos ingleses sobre parte da França.

Segundo Período (1364 – 1380): 

Carlos V, após subir ao trono (seu pai, João II, morreu sob as mãos dos ingleses), recusou-se a respeitar o tratado assinado em 1360. A França atacou a Inglaterra, pela primeira vez com mais vantagem, e conseguiu retomar boa parte do seu território que estava em mãos dos ingleses. Enquanto o 1º período teve a Inglaterra como destaque positivo, o 2º teve a França. Os conflitos só esfriaram quando Carlos V faleceu, em 1380, o que desanimou os franceses.

Terceiro Período (1380 – 1422): 

O sucessor de Carlos V subiu ao trono como Carlos VI, O Insano, porém era mentalmente incapacitado, o que desencadeou uma disputa entre os candidatos ao trono francês entre dois partidos (Borguinhões e Armagnacs). A guerra civil e a evidente loucura do rei acabaram permitindo que os ingleses conseguissem vantagem. A Inglaterra conseguiu todo o Norte da França, incluindo Paris, e Henrique V casou-se com Catarina, filha de Carlos VI, conquistando o direito de herdar o trono francês (o filho de Carlos VI foi deserdado do trono, forçado pelos ingleses).  A França acabou dividindo-se: os territórios do Norte ficaram sob o poder do rei inglês, apoiado pelos borguinhões e os poucos territórios do Sul eram governados pelo rei francês Carlos VII, apoiado pelos armagnacs.

Quarto Período (1422 – 1453): 

É só no último período que surge um verdadeiro sentimento nacional entre os franceses , junto com a camponesa visionária chamada de Joana D’Arc. Aos poucos, a Inglaterra foi perdendo o controle sob alguns territórios para os franceses, liderados por Joana. A principal vitória liderada por essa mulher foi a do cerco de Orleans. Após o seu impulso, que mudou todo o caminho da guerra – que agora estava com a França à frente –,Joana D’Arc foi capturada pelos borguinhões e entregue aos ingleses, que a julgaram e queimaram na fogueira, em 1431. Os Franceses continuaram a luta até a sua vitória, recuperando os territórios que estavam sob as mãos dos Ingleses.

A Guerra dos Cem Anos (que na verdade teve a duração de 116 anos, com pausas entre os conflitos) marcou o fim da Idade Média e o anúncio da Época Moderna e teve consequências negativas e positivas. Os milhares de mortos de ambos os lados e a devastação dos territórios e da produção agrícola dos franceses foram as negativas. A França caminhou para o absolutismo, enquanto o feudalismo ia para o seu fim definitivo. Apesar do encerramento desse longo conflito, a rivalidade anglo-francesa ainda perdurou por muito tempo.

 

Guerra dos 30 Anos

 
A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) é a denominação genérica de uma série de guerras que diversas nações europeias travaram entre si a partir de 1618, especialmente na Alemanha, por motivos variados: rivalidades religiosas, dinásticas, territoriais e comerciais.
As rivalidades entre católicos e protestantes e assuntos constitucionais germânicos foram gradualmente transformados numa luta europeia. Apesar de os conflitos religiosos serem a causa direta da guerra, ela envolveu um grande esforço político da Suécia e da França para procurar diminuir a força da dinastia dos Habsburgos, que governavam a Áustria. As hostilidades causaram sérios problemas econômicos e demográficos na Europa Central e tiveram fim com a assinatura, em 1648, de alguns tratados(Münster e Osnabrück) que, em bloco, são chamados de Paz de Vestfália.
Os conflitos religiosos ocorridos na Alemanha e solucionados em 25 de setembro de 1555 com a assinatura da Paz de Augsburgo inauguraram um período no qual cada príncipe podia impor sua crença aos habitantes de seus domínios. O equilíbrio manteve-se enquanto os credos predominantes restringiam-se à religião católica e luterana, mas o advento do calvinismo complicaria o cenário. Considerada uma força renovadora, a nova linha religiosa conquistou diversos soberanos. Os jesuítas e a Contra-Reforma, por outro lado, contribuíram para que o catolicismo recuperasse forças. Assim nasceu o projeto expansionista dos Habsburgos, idealizado por Fernando, duque de Estíria, que fora educado pelos jesuítas. O perigo ameaçava tanto as potências protestantes no Norte como a vizinha França.
À medida que o conflito se desenhava, a luta estava sendo influenciada por muitos outros temas colaterais, tais como as rivalidades e ambições dos príncipes alemães e a teimosia de alguns dirigentes europeus, sobretudo dos franceses e suecos, em abater o poderio do catolicíssimo Sacro Império Romano-Germânico, o instrumento político da família dos Habsburgos.
Esta conjuntura fora desencadeada na segunda metade do século XVI pelas fraquezas do Tratado de Augsburgo, um acordo concluído em 1555 entre o Sacro Império católico e a Alemanha luterana.
O imperador Rodolfo II
As tensões religiosas agravaram-se na Alemanha no decurso do reinado do Imperador Rodolfo II (1576-1612), período durante o qual foram destruídas muitas igrejas protestantes. As liberdades religiosas dos crentes protestantes foram limitadas, nomeadamente as relativas à liberdade de culto; os oficiais do governo lançaram as bases do Tratado de Augsburgo, que criou condições para o refortalecimento do poder católico. Com a fundação da União Evangélica em 1608, uma aliança defensiva protestante dos príncipes e das cidades alemãs, e a criação, no ano seguinte, da Liga Católica, uma organização semelhante mas dos católicos romanos, tornava-se inevitável o recurso à guerra para tentar resolver o conflito latente, o qual foi desencadeado pela secção da Boêmia da União Evangélica.
Fernando II, rei da Boêmia.
Na Boêmia (atual República Checa), teve início uma disputa pela sucessão do trono, que envolveu católicos e protestantes. Fernando II de Habsburgo, com a ajuda de tropas e recursos financeiros da Espanha, dos germânicos católicos e do papa, conseguiu derrotar os protestantes da Boêmia. Os protestantes, que constituíam a maior parte da população, estavam indignados com a agressividade da hierarquia católica. Os protestantes exigiam de Fernando II, o rei da Boêmia e futuro imperador do Sacro Império, uma intercessão em seu favor. Todavia, as reivindicações foram totalmente ignoradas pelo rei, pois este era um fervoroso católico e um potencial herdeiro do poder imperial dos Habsburgos. Fernando II estabeleceu o catolicismo como único credo permitido na Boêmia e na Morávia. Os protestantes boêmios consideraram o ato de Fernando como uma violação da "Carta de Majestade". Isso provocou nos boêmios o desejo de independência.
A Defenestração de Praga.
A resposta da maioria protestante não se fez esperar: em 23 de Maio de 1618, descontentes com os católicos que destruíram um de seus templos, invadiram o palácio real em Praga e lançaram dois dos seus ministros e um secretário pela janela, fato que ficou por isso conhecido como a "Defenestração de Praga" ou "violência de Praga", tendo despoletado a sublevação protestante. Assim começava a guerra, que abrangeu as revoltas holandesas depois de 1621 e concentrou-se em um confronto franco-Habsburgo após 1635.
 
 
 
 

Grande Cisma do Ocidente

 
O Grande Cisma do Ocidente, Cisma Papal ou simplesmente Grande Cisma foi uma crise religiosa que ocorreu na Igreja Católica de 1378 a 1417.
Entre 1309 e 1377, a residência do papado foi alterada de Roma para Avignon, na França, pois o Papa Clemente V foi levado (sem possibilidade de debate) pelo rei francês para residir em Avignon. Em 1378, o Papa Gregório XI voltaria para Roma, onde faleceria. A população italiana desejava que o papado fosse restabelecido em Roma. Foi então eleito o Urbano VI, de origem italiana. No entanto, ele demonstrou ser um papa muito autoritário, de modo que uma quantidade considerável do Colégio dos Cardeais, anularia a sua votação e foi realizado um novo conclave, sendo eleito Clemente VII, que passou a residir em Avignon. Iniciara-se assim o Cisma, em que o Papa residia em Roma e o Antipapa residia em Avignon , reclamando ambos para si o poder sobre a Igreja Católica. Posteriormente, surgiria outro Antipapa em Pisa. O cisma terminou no Concílio de Constança em 1417, quando o papado foi estabelecido definitivamente em Roma.
 

 

Escola de Atenas

 
A Escola de Atenas é uma das mais famosas pinturas do renascentista italiano Rafael e representa a Academia de Atenas. Foi pintada entre 1509 e 1510 na Stanza della Segnatura sob encomenda do Vaticano. A pintura já foi descrita como "a obra-prima de Rafael e a personificação perfeita do espírito clássico da Renascença."
 
A importância da obra também está em demonstrar como a filosofia e a vida intelectual da Grécia Antiga foram vistas ao final do Renascimento.
 
A "Escola de Atenas" é um dos painéis que compõem um grupo de quatro afrescos principais que retratam ramos distintos do conhecimento. Cada tema é identificado acima por um tondo em separado contendo uma figura feminina majestoso sentada nas nuvens, com putti carregando frases como: “Buscar o conhecimento das causas”, “Inspiração Divina”, “Conhecimento das coisas divinas” (Disputa), “Para cada um o que lhe é devido”. Assim, as figuras nas paredes abaixo exemplificam a Filosofia, a Poesia (incluindo a música), a Teologia e o Direito.
 
Não se sabe o quanto o jovem Rafael sabia da filosofia antiga, qual a orientação que ele poderia ter tido de pessoas como Bramante, ou se um programa detalhado foi ditada por seu patrocinador, o Papa Júlio II. No entanto, o afresco foi até recentemente interpretado como uma exortação à filosofia e, de maneira mais profunda, como uma representação visual do papel do amor em elevar as pessoas para o conhecimento superior, em grande parte em dívida com as teorias contemporâneas de Marsilio Ficino e outros pensadores neo-platônicos ligados a Rafael.
 
Uma interpretação do afresco relaciona as simetrias ocultas das figuras e a estrela construída por Bramante foi dada por Guerino Mazzola e colaboradores.
 
 

Paineis de São Vicente

Os Painéis de São Vicente de Fora são uma obra composta por 6 painéis, criada pelo pintor português Nuno Gonçalves. Foi descoberta em finais do século XIX na Igreja de São Vicente, em Lisboa. Na altura estimou-se que a mesma teria sido executada entre 1470 e 14801 . Trata-se de uma pintura a óleo e têmpera sobre madeira e encontra-se exposta no Museu Nacional de Arte Antiga em Lisboa.
 
Constitui uma obra-prima da pintura portuguesa do século XV na qual, com um estilo bastante seco mas poderosamente realista, se retratam figuras proeminentes da corte portuguesa de então, incluindo o que se presume ser um auto-retrato, e se atravessa toda a sociedade, da nobreza e clero até ao povo. Por não ter assinatura e datação imediatamente visíveis e inequívocas, esta obra revestiu-se de enorme mistério e fascínio por parte de várias gerações de estudiosos e académicos. A única figura imediatamente identificada foi a do Infante D. Henrique, já que uma imagem idêntica do mesmo figurava na obra contemporânea Crónica da Guiné, de Gomes Eanes de Zurara, o que levou a concluir que as figuras retratadas pertencem ao período que antecedeu os Descobrimentos Portugueses.
 
A autoria dos painéis foi descoberta por José de Figueiredo através da interpretação de um monograma revelado durante o primeiro restauro da pintura na década de 1930, localizado na bota da figura ajoelhada no Painel do Infante (presumivelmente D. Duarte) e que é coincidente com outras assinaturas utilizadas pelo autor em documentos e obras contemporâneas. Na altura correram várias teorias, nunca totalmente conclusivas, sobre a datação e o tema central do quadro, algumas das quais revestidas de polémica. Não se chegando a uma conclusão definitiva, aceitou-se de forma oficiosa a datação aproximada entre 1470 e 1480.
 
Uma investigação recente de Jorge Filipe de Almeida, levou a concluir que os painéis foram realmente pintados por Nuno Gonçalves mas em 1445 e representam não S. Vicente (que era a tese mais popular, não obstante várias discrepâncias iconográficas) mas sim o funeral simbólico de D. Fernando, o Infante Santo irmão de D. Duarte, que morreu exilado em Fez, Marrocos. O elemento principal que o fundamenta é uma assinatura sigilográfica visível no botim da criança do painel central (presumivelmente um jovem D. Afonso V), que quando invertida a 180º, revela as iniciais de Nuno Gonçalves, e a data de 1445 conforme era escrita na altura. Esta tese ganhou força após a realização da análise dendrocronológica aos painéis de carvalho do Báltico nos quais foi pintada a obra, conduzida pelo especialista em dendrocronologia Peter Klein, da Universidade de Hamburgo, e que confirmou por dados científicos esta datação aproximada.

 

 

 

WEBGRAFIA: www.wikipedia.com
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